Como interpretar os dados de uma luminária

Como interpretar os dados de uma luminária

12/11/2020

Quantos de nós escolhemos uma luminária só pela característica potência? Pois é a escolha vai muito para além dessa caraterística, e este pequeno artigo serve para desmitificar e ajudar numa futura escolha.

Ao interpretarmos os dados fotométricos da luminária, há logo 2 fatores que se destacam, a eficiência e a eficácia da luminária ao direcionar luminosidade para o alvo desejado, que é determinado pelas propriedades fotométricas da mesma e pela qualidade dos componentes que controlam a luz. 

A luminária também se divide em 2 tipos de desempenho, o mecânico e o elétrico:

  • O desempenho mecânico, resume-se ao comportamento da luminária as condições extremas de temperatura, jatos de água ou pó, choques mecânicos e fogo, vulgo IP e IK.
  • O desempenho elétrico, resume-se a eficiência ou rendimento da luminária e dos seus equipamentos auxiliares ao produzirem luz e ao seu comportamento elétrico. 

Para análise do desempenho fotométrico de luminárias, é necessário ter conhecimento das suas características fotométricas. Nesse sentido, passo a descrever os principais conceitos fotométricos.

  • Fluxo luminoso (φ): É a quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa em todas as direções. Unidade: lumen [lm].
  • Intensidade luminosa (I): É a radiação luminosa emitida num determinado ângulo numa determinada direção. Unidade: candela [cd].
  • Iluminância (E): Indica a quantidade de luz que atinge uma superfície por unidade de área. Relativa à luz incidente, não visível. Unidade: lux [lx] = lm/m2.
  • Luminância (L): É o brilho, intensidade luminosa emitida ou refletida por uma superfície iluminada em direção ao olho humano. Relativa à luz refletida, visível. Unidade: Candela/m2 [cd/m2].

Uma questão muito importante a ter em conta quanto ao rendimento e eficiência de uma luminária, é que a curva não considera a distribuição luminosa da luminária, englobando tanto o fluxo emitido para o hemisfério inferior como para o superior. Para escolher uma luminária eficiente, devemos considerar as luminárias com os maiores rendimentos no hemisfério inferior, visto que a luz emitida para o hemisfério superior participa da iluminância somente indiretamente, via reflexão do teto. As luminárias com maiores rendimentos são luminárias sem componentes de controlo de luz.

Cada luminária possui uma curva particular de distribuição de luz, e a maneira como é representada a fonte de luz que a luminária projeta é expressada por meio dessas curvas ou diagramas fotométricos. Entender a fotometria é fundamental para a boa utilização de informações como fluxo luminoso, direção e intensidade.

Como interpretar as Curvas Fotométricas.

Essas curvas funcionam como gráficos que indicam a distribuição espacial de luz num plano cartesiano que conta com variáveis de distância e intensidade luminosa. Cada luminária conta com uma curva de distribuição particular, por este motivo, deve-se escolher a mais adequada de acordo com o caso da aplicação.

Nas curvas fotométricas de distribuição luminosa, a distância de qualquer dos pontos da curva ao centro indica a intensidade luminosa desta fonte nessa direção. Para se evitar a tarefa de fazermos um gráfico para cada luminária quando a única variação é a sua potência, os gráficos são padronizados para uma fonte de 1.000 lumens, e os desenhos expressam-se em cd/klm. Se o que procuramos é conhecer os valores reais das intensidades, basta ampliar o fluxo luminoso da lâmpada pela leitura no diagrama polar, para posteriormente dividi-lo por 1.000 (lm).

Rendimento luminoso

A representação das curvas fotométricas dependem do difusor ou refletor da luminária em questão. Deste modo, a curva polar da luminária será diferente da curva obtida. Isso está relacionado com o rendimento luminoso, que é definido pela seguinte equação:

n(%) = Fluxo luminoso luminária / Fluxo luminoso lâmpada ou fonte de luz

É necessário entender que a intensidade associada ao ângulo do espaço, representa a gama de intensidades que existem no intervalo dado pelo fluxo total emitido. Isso supõe que a intensidade deve se manter constante em qualquer direção. Em geral, isso não é efetivo, há a opção de dividir a esfera em diversas zonas, das quais será definida uma intensidade média, permitindo que o fluxo total seja igual à soma de todos os fluxos parciais de cada uma destas zonas.

Fiquem bem!

Mário Barbosa